A ansiedade aparece em nossa vida como um sentimento de nervosismo, uma sensação de que algo está para acontecer, ela representa um contínuo estado de alerta e uma constante pressa em terminar as coisas que ainda nem começamos. Desse jeito, nosso domingo têm uma inquietação de segunda-feira e a pessoa antes de dormir já pensa em tudo que terá de fazer quando o dia amanhecer.
É a corrida para não deixar nada para trás, é um estado de alarme contínuo e uma pressa para o que der e vier. No ser humano o conflito parece ser essencial ao desenvolvimento da ansiedade. Em nosso cotidiano, sem termos plena consciência, experimentamos um sem-número de pequenos conflitos, interpessoais ou intrapsíquicos; as tensões entre ir e não ir, fazer e não fazer, querer e não poder, dever e não querer, poder e não dever, a assim por diante. Portanto, motivação fisiológica para o aparecimento da ansiedade existe de sobra.
A ansiedade é uma dificuldade psicológica que se traduz por um sentimento de insegurança, ou, medo sem fundamento real. Todos nós somos ansiosos em determinado momento da vida sem que isso seja patológico. Existem, contudo diferentes graus de ansiedade. Em algumas pessoas, a ansiedade exprime-se por um sentimento de medo, inquietação, sensação de perigo iminente, medo de insucesso, morte súbita, medo de perder o autocontrole, medo de ficar mentalmente desestabilizado, etc.
Em alguns casos, a ansiedade é acompanhada por algumas manifestações físicas, tais como: secura de boca, pulso acelerado, transpiração, opressão torácica, e vertigens. Nestes casos, chamamos-lhe de angústia.
O que pode nos causar a ansiedade?
É necessário saber que a ansiedade é no início, uma reação normal, um sinal de alarme do organismo perante certos acontecimentos da vida cotidiana. Se ela está controlada, a ansiedade atua, sobretudo como estimulante.
As dificuldades da vida são habitualmente o fator desencadeante da ansiedade e, nos casos agudos, da angústia. Além disso, as dificuldades pessoais de inserção na sociedade, os conflitos interiores no domínio afetivo, emocional e sexual podem conduzir a uma sintomatologia ansiosa. A dor e o abuso de certas substâncias (café, chá, tabaco, álcool e drogas diversas) podem também desencadear episódios ansiosos.
Podemos comparar o estresse com a ansiedade?
O estresse é uma reação de resposta às agressões da vida cotidiana: emoções, choques, ruído, tensão, mudanças, etc. Se as agressões são fortes, o estresse pode manifestar-se por ansiedade ou sintomas físicos. As situações de estresse permanente podem conduzir a doenças psicossomáticas.
Ansiedade, fobias e ataque de pânico tem alguma relação?
A fobia é o medo irracional de um objeto ou situação. Os ataques de pânico são uma manifestação aguda de angústia sem causa aparente declarada, que podem paralisar um indivíduo através de sensação de asfixia, e medo de morrer. Todo este conjunto de sintomas não é mais que expressões diferentes de ansiedade.
Ansiedade e depressão andam juntas?
A ansiedade faz parte do quadro clínico da depressão e está associada de forma variável às alterações de humor e aos estados depressivos. Podemos, assim, dizer que todos que têm depressão sofrem de ansiedade, mais ou menos pronunciada. Por outro lado podemos afirmar que a maioria das pessoas em que a ansiedade se manifesta num grau elevado podem acabar num estado depressivo, o que significa, que sempre que haja uma ansiedade importante, deve consultar o seu médico, visto ser o único que o poderá ajudar.
O que podemos fazer quando estamos ansiosos?
É necessário não esquecer que a ansiedade é um fenômeno universal, que faz parte da nossa existência. Frequentemente, simples medidas de higiene de vida e a mudança de hábitos cotidianos, podem diminuir ou mesmo eliminar as reações ansiosas.
Porque devemos fazer uso de medicamentos?
Existem situações - quando ansiedade é muito intensa e se torna um barreira às suas atividades ou às suas relações diárias - onde o diálogo é insuficiente para ajudá-lo a acalmar. Um tranquilizante pode eventualmente ser-lhe receitado se alguma situação penosa desencadear um estado depressivo ansioso acompanhado de insônias e pesadelos. Para permitir ultrapassar esse período difícil o seu médico deve receitar-lhe um tranquilizante.
Somente o seu médico está apto, a saber, se a sua ansiedade poderá ser ultrapassada, modificando o seu modo de vida ou se deve ser tratada com medicamentos. De toda a maneira, somente ele, pelos seus conhecimentos profissionais e informação fornecida pela indústria farmacêutica, sabe exatamente quando e por que deverá receitar um tranquilizante. Assim, a sua utilização deve ocorrer sob indicação do médico, durante um período limitado, e a dose e posologia recomendadas pelo médico devem ser respeitadas.
Uma coisa é certa. A automedicação não é solução e a mudança de medicamento sem o acordo do seu médico também não. Outro erro será você dar tranquilizantes a crianças e jovens sem o devido conhecimento do médico, pois corre o risco de eles passarem a recorrer ao medicamento ao mínimo problema e de se tornarem incapazes de controlar as dificuldades nas situações de estresse ou de ansiedade.
Como lidar com a ansiedade?
Organize de forma coerente os pontos chaves de um processo de autoconhecimento que funcione de forma equilibrada, introduzindo atividades e ferramentas práticas, as quais vão ajudar a inserir novos hábitos saudáveis e a fazer mudanças internas necessárias, assim reprogramando a forma de pensar e agir; o que acaba contribuindo para a minimização da ansiedade e melhoria em todas as áreas da vida.
............................................................................................🌷
Sobre a autora
Lane Lucena, psicanalista clínica, pós-graduada em comportamento organizacional e gestão de pessoas. Pós-graduanda em TEA – Transtorno do Espectro Autista. Especializações em psicopedagogia clínica e psicologia e saúde mental. Idealizadora do Viva Sua Essência e do Psiqueanalise.com. Pesquisadora da Escrita como recurso terapêutico e Facilitadora de Práticas de Atenção Plena. Criadora da Metodologia “Flor&Ser – florescendo a escrita expressiva” – um recurso que utiliza a escrita terapêutica.