No coração das histórias, mitos e contos que Clarissa Pinkola Estés compartilha em seu livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, está a figura da Mulher Selvagem – uma representação profunda da mulher instintiva, livre, criativa e conectada à sua essência primitiva. Ao longo da obra, Estés convida mulheres de todas as idades a reconectar-se com essa força instintiva, muitas vezes perdida ou silenciada pela sociedade moderna.
No Conto&Cura, grupo terapêutico exclusivo para mulheres, trabalhamos com a psicanálise, a contoterapia e a escrita expressiva, e a bússola de nossos encontros também é este livro. Ele guia nossa jornada de autodescoberta e transformação, ajudando-nos a olhar para a Mulher Selvagem dentro de cada uma de nós. Através dos contos e da reflexão sobre os arquétipos apresentados por Estés, buscamos resgatar o poder que reside em nossa natureza mais autêntica.
A Mulher Selvagem é mais do que uma metáfora. Ela é uma energia, uma vitalidade que transcende os papéis impostos e as expectativas externas, e está profundamente ligada ao ciclo natural da vida. Ela não é uma figura literal, mas uma representação arquetípica do que há de mais genuíno em cada mulher. Ela simboliza a liberdade, a intuição, a criatividade e a coragem, qualidades que podem ser encontradas em todas nós, embora às vezes escondidas sob camadas de condicionamentos sociais.
A Mulher Selvagem está profundamente conectada à natureza, ao mundo animal e ao instinto natural da vida. Estés nos lembra de que as mulheres foram, historicamente, as cuidadoras da terra, das plantas, dos animais e das crianças, e que essa conexão primordial com o mundo natural é uma parte essencial de quem somos.
A Mulher Selvagem é aquela que escuta os ventos, observa as estrelas e sente a terra sob seus pés. Ela reconhece a sabedoria da natureza e a incorpora em sua própria vida, cultivando uma intimidade com o mundo que a rodeia.
A jornada de redescobrimento
Muitas de nós, mulheres, nos afastamos dessa essência selvagem, muitas vezes devido a pressões culturais, sociais e familiares que nos “pedem” conformidade e contenção. A sociedade de cada tempo frequentemente diz às mulheres como devem ser: cuidadoras, sensatas, submissas. No entanto, ao fazer isso, ela relega a mulher à sombra de sua verdadeira natureza. A Mulher Selvagem, por outro lado, não se encaixa facilmente nos moldes sociais – ela questiona, sente e se permite ser mais do que os papéis limitantes que lhe são impostos.
A jornada para redescobrir a Mulher Selvagem é uma jornada de autoconhecimento. Estés sugere que as mulheres podem resgatar sua força interior ao mergulharem em suas próprias histórias, ao olharem para suas raízes e ao se permitirem sonhar e viver de forma autêntica. Parte desse processo envolve a coragem de enfrentar os medos e as feridas do passado, desafiando as narrativas que nos foram dadas e construindo um novo caminho para o futuro.
O Conto&Cura se utiliza da perspectiva das histórias e mitos para, junto do livro “Mulheres que correm com os lobos”, ilustrar os arquétipos da mulher selvagem. Cada conto tem uma lição, um insight profundo sobre o que significa ser mulher, ser selvagem, ser livre. Esses mitos funcionam como mapas que ajudam as mulheres a entender suas próprias jornadas e a dar significado aos desafios que enfrentam. Ao explorar essas narrativas, podemos descobrir mais sobre nossa própria força, nossos instintos e nossa capacidade de nos reinventar.
A mulher selvagem em cada uma de nós
A Mulher Selvagem não é uma figura distante ou idealizada. Ela vive em cada uma de nós, em nossa capacidade de sermos criativas, ousadas e autênticas. Ela é a voz interior que nos encoraja a seguir nossos desejos, a lutar pelas nossas crenças e a honrar nossos próprios limites. A Mulher Selvagem nos lembra de que, ao nos reconectarmos com nossa verdadeira natureza, podemos ser mais do que sobreviventes – podemos ser mulheres vivas, poderosas e inteiras.
No Conto&Cura, ao nos aprofundarmos no poder das palavras, das histórias e da escrita expressiva, temos a oportunidade de curar e fortalecer a conexão com a Mulher Selvagem que existe em nós. Ao nos unirmos ao redor do livro de Estés, temos a chance de descobrir a mulher autêntica, criativa e corajosa que está sempre pronta para correr com os lobos, e para viver plenamente, com sabedoria e força.
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Mônica Tavares, apaixonada por histórias e pessoas desde 1981. Mulher, Contadora de histórias e Contoterapeuta; Filha, encantada pelo inconsciente e buscadora do consciente. Especialista em Escrita e Linguagem. Mãe e Psicanalista. Esposa e Mestre em Psicologia, Gestão do conhecimento e Recursos Humanos. Amiga e Especialista em Mindfulness, Neurociências e Psicologia Positiva. Faladeira profissional e Professora Universitária. Especialista em muitas coisas: macarrão, Desenvolvimento e Coordenação de Grupos, brigadeiro de panela, pipoca, Processos de enfrentamento ao Luto, abraços, Relacionamentos Abusivos, arrumar malas, Administração Hoteleira. E por último, mas não menos importante: sou uma das que sonharam, pensaram, idealizaram e criaram o Conto&Cura para que você estivesse nele, e estou te esperando!
Referências Bibliográficas:
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os Lobos.
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