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Contos: mais do que histórias, mapas do inconsciente por Lane Lucena

Atualizado: há 4 horas

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Ao ouvir as palavras “contos de fadas”, muitas pessoas imediatamente pensam em histórias infantis com finais felizes, heróis corajosos e vilões derrotados. No entanto, essas narrativas vão muito além de entretenimento. Elas são mapas profundos do inconsciente, cheios de arquétipos, símbolos e lições que ecoam em nossa psique de maneiras surpreendentes. Os contos de fadas não apenas contam histórias: eles refletem nossas jornadas internas, nossas lutas e triunfos, e nos oferecem pistas sobre como navegar pelos desafios da vida.


O psicoterapeuta Bruno Bettelheim, em seu livro A Psicanálise dos Contos de Fadas, explora a forma como essas narrativas dialogam com o inconsciente de crianças e adultos. Ele argumenta que os contos de fadas ajudam a enfrentar conflitos emocionais, permitindo que nos identifiquemos com os personagens e usemos as histórias como ferramentas para lidar com medos, desejos e frustrações. Por exemplo, os contos frequentemente abordam temas como abandono, solidão, transformação e resiliência — questões universais que todos enfrentamos em algum momento da vida.

No Conto & Cura, usamos os contos como portais para explorar essas questões. Eles funcionam como espelhos, refletindo nossos dilemas e oferecendo um terreno seguro para investigarmos nossas emoções. Cada conto é uma metáfora rica, carregada de arquétipos que representam forças e desafios presentes em todas as pessoas.


Arquétipos e o Inconsciente Coletivo


Carl Jung introduziu o conceito de arquétipos, estruturas universais que habitam o inconsciente coletivo e se manifestam em mitos, sonhos e, claro, contos de fadas. Esses arquétipos incluem figuras como a Mãe, o Herói, o Sábio, a Sombra e a Criança. Em contos como Barba Azul, La Loba e Cinderela, encontramos essas figuras representadas em diferentes formas, cada uma simbolizando aspectos de nós mesmas que precisam ser explorados, compreendidos ou integrados.


Por exemplo, no conto Barba Azul, o vilão representa a Sombra — os segredos obscuros que preferimos ignorar, mas que precisam ser enfrentados para crescermos. Já La Loba encarna o arquétipo da Curadora, que nos ensina sobre o poder de resgatar e reviver partes esquecidas de nós mesmas. Esses arquétipos não são apenas personagens, mas aspectos de nossa própria psique que aparecem para nos guiar em nossa jornada de autoconhecimento.


A linguagem simbólica dos Contos


Os contos de fadas falam a linguagem do inconsciente. Cada elemento em uma história — uma floresta sombria, uma chave perdida, um animal falante — carrega um significado simbólico que pode ressoar em diferentes níveis dentro de nós. Por isso, a interpretação de um conto pode variar de pessoa para pessoa, dependendo de suas experiências e emoções.


Por exemplo, a floresta, presente em muitos contos, é um símbolo de mistério, desafios e transformação. Entrar na floresta é como mergulhar no inconsciente, enfrentando medos e descobrindo recursos internos. Da mesma forma, objetos como espelhos, portas e chaves representam acesso ao autoconhecimento e à verdade, muitas vezes exigindo coragem para usá-los ou atravessá-los.


No Conto & Cura, incentivamos as participantes a se conectarem com esses símbolos de maneira pessoal, perguntando: “O que essa imagem ou situação significa para mim? Que parte da minha vida está sendo refletida aqui?” Esse processo de reflexão transforma os contos em ferramentas terapêuticas poderosas.


Contos de Fadas e Cura


Além de sua riqueza simbólica, os contos de fadas também oferecem modelos de transformação. Eles nos mostram que desafios e sofrimentos fazem parte da jornada, mas que a superação é possível. Pense na jornada de Cinderela, que passa por provações e perdas antes de encontrar sua força interior e transformar sua vida. Ou em A Bela e a Fera, onde o amor e a aceitação ajudam a dissolver máscaras e revelar a verdadeira essência.


No contexto terapêutico, essas histórias nos ajudam a ressignificar nossas experiências. Por meio delas, podemos encontrar coragem para enfrentar nossas próprias “florestas” e “sombras”, sabendo que o final da jornada pode trazer crescimento e cura.


O Conto & Cura como espaço de transformação


No Conto & Cura, os contos de fadas são usados como pontos de partida para reflexões profundas e exercícios de escrita expressiva. Eles nos ajudam a acessar o inconsciente de forma segura, permitindo que exploremos emoções e memórias com o suporte do grupo e das facilitadoras.


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Quando uma participante lê um conto e percebe que sua história ressoa com sua própria experiência, ela se sente pertencente. É como se o conto dissesse: “Você não está sozinha. Esta é uma jornada que muitas pessoas já percorreram antes, e você também pode vencê-la.”


Os contos são mais do que histórias. Eles são mapas do inconsciente, cheios de símbolos e lições que nos ajudam a navegar pelos desafios da vida. No Conto & Cura, usamos esses mapas para explorar nossas histórias, acessar arquétipos e transformar nossas vidas.


Se você já se viu em uma floresta sombria ou enfrentou uma porta trancada, saiba que os contos podem ser seus guias. Eles oferecem não apenas consolo, mas também direção e inspiração para continuar sua jornada de autodescoberta e cura.


Participe gratuitamente da comunidade Conto & Cura para acessar conteúdos sobre contoterapia, psicanálise e escrita expressiva.

Conto & Cura

Lane Lucena, psicanalista, desenvolvedora da Metodologia das cartas Flor&Ser - que utiliza a escrita expressiva como recurso terapêutico e de florescimento humano. Mãe da Maria Carolina. Apaixonada pela vida, amo viajar, estudar e ler. Escritora, graduanda em Gerontologia, pós-graduada em comportamento organizacional e gestão de pessoas e em TEA - Transtorno do Espectro Autista, com especializações em psicopedagogia clínica e psicologia e saúde mental. Minha maior paixão é o autoconhecimento. Idealizadora do Psiqueanalise.com desde 2017. 



Referências Bibliográficas:

  • BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas.

  • JUNG, Carl G. O Homem e seus Símbolos.

  • ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que Correm com os Lobos.

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