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É possível incorporar técnicas de estimulação cognitiva no contexto psicanalítico?



Embora essas duas abordagens tenham fundamentos teóricos diferentes. A inclusão da estimulação cognitiva na psicanálise pode ser vista como uma abordagem integrativa, que combina elementos de ambas as terapias com o objetivo de fornecer uma intervenção mais abrangente e adaptada às necessidades individuais do paciente.


A psicanálise tradicionalmente se concentra na exploração do inconsciente, análise de sonhos, associação livre e interpretação de padrões emocionais e comportamentais mais profundos. No entanto, algumas vertentes da psicanálise, como a psicoterapia psicanalítica contemporânea ou a psicanálise de apoio, incorporam técnicas de intervenção mais ativas para abordar questões específicas do paciente.


Quando se trata de um paciente que possa se beneficiar da estimulação cognitiva, o terapeuta psicanalítico pode introduzir exercícios e atividades que visem melhorar as funções cognitivas do paciente. Isso pode ser especialmente útil em casos em que o paciente apresenta dificuldades de concentração, memória ou raciocínio, que podem afetar sua capacidade de se envolver plenamente na análise ou nas atividades diárias.


A inclusão da estimulação cognitiva no contexto psicanalítico pode ser feita de forma cuidadosa e respeitando os princípios fundamentais da abordagem psicanalítica. O terapeuta deve estar atento à dinâmica da transferência e da resistência, buscando compreender como a estimulação cognitiva pode afetar o processo terapêutico como um todo.


É importante destacar que nem todos os pacientes que se submetem à psicanálise precisam ou se beneficiam da estimulação cognitiva. A decisão de incluir essa abordagem dependerá da avaliação do terapeuta sobre as necessidades específicas do paciente e de sua capacidade de lidar com esse tipo de intervenção.


Em resumo, embora a estimulação cognitiva não seja a base principal da psicanálise, é possível adaptar elementos dessa abordagem para complementar a terapia psicanalítica e atender às necessidades individuais dos pacientes.



Referências

BEIVIDAS, W. Do sentido ao corpo: semiótica e metapsicologia. In: SILVA, I. A. (Org.). Corpo e sentido: a escuta do sensível. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996, p 119-134.

BEZERRA JR. Subjetividade moderna e o campo da psicanálise. In: BIRMAN, J. (Org.). Freud 50 anos depois. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1989, p 219-240.

BIRMAN, J. Freud 50 anos depois. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1989.

BLEICHMAR, A. S. Nas origens do sujeito psíquico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.



Lane Lucena

∞ Mãe da Carol, psicanalista, apaixonada pelas palavras. Desenvolvedora da metodologia que floresce pessoas por meio da escrita: Flor&Ser

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